quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Garcia em destaque cultural

Conheça a história do bairro do Garcia, em Salvador.


Salvador em bairros: Garcia registra forte marca cultural.

Salvador e sua importância



A cidade de Salvador foi fundada por três principais motivos norteadores para esse surgimento. O primeiro relaciona-se a Carreira das índias, assim era chamado o sistema de frotas que era responsável pelas navegações de Portugal e ásia pela rota do cabo entre século XVI a XVII, os barcos a vela saiam de cabo verde, e por se tratar de barcos a vela eles eram levados pelos ventos, quando chegavam a um determinado caminho, não havia mais vento para que esses barcos andassem, com isso os mesmos eram puxados pela corrente marítima, essa corrente marítima os direcionava para cá.
O segundo motivo era o governo, como capital Salvador passou a ter muitos funcionários públicos, e com isso atraia pessoas importantes de quase todas as cidades
O terceiro motivo é que como ela é capital ela é um porto importante, ela cresce cada vez mais, com uma população cada vez maior. Salvador já cresce com 3.000 mil habitantes e desde então não para de crescer, com o crescimento demasiado Salvador se tornou uma das mais importantes cidades das Américas.
Outro ponto é o crescimento a cidade começou a ter muito funcionário público, a mesma atraia pessoas importantes quase todas as cidades foram construídas a partir de decisões tomadas na Bahia. Além do governo (o capital) salvador é uma cidade muito populosa. Pois muitas pessoas imigram e se tornou uma das mais importantes cidades das Américas.




Referencias Bibliográficas - https://alinogarcia.wordpress.com/
http://www.viagemdeferias.com/salvador/bahia/historia.php

http://g1.globo.com/bahia/bahia-meio-dia/videos/v/conheca-a-historia-do-bairro-do-garcia-em-salvador/2557353/

http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/1669891-salvador-em-bairros-garcia-registra-forte-marca-cultural-premium





Entrevista Dona Amênis.


Dona Amênis, 86 anos, nascida e criada no bairro do Garcia, na Rua Conde Pereira Marinho.



quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Entrevista com Nanguinha.

Nilton Ferreira de Jesus Filho, 56 anos, filho de D.Amênis, nascido e criado no bairro do Garcia, na Rua Conde Pereira Marinho.




Entrevista com Andrea.

Andrea de J. Santana da Silva, 32 anos, é professora e nos deu seu relato sobre suas vivências com o bairro do Garcia.




Dai Costa - Qual sua relação com o bairro do Garcia?
Dea Santana - O Garcia, além de ser o bairro onde minha família materna cresceu e criou raízes, foi o bairro onde marei por quase a totalidade da minha vida e representa não só uma parte importante da minha formação pessoal e educacional, como representa a história da minha família.
Dai Costa - Por quanto tempo você morou e onde você morou no Garcia?
Dea Santana - Eu morei quando muito pequena no Final de Linha do Garcia e não tenho muita lembranças desse período, a não ser algumas relacionadas à escolinha que frequentava, chamada 25 de Agosto, se não me engano. Depois morei no Cabula até os 5 anos. Voltei pro Garcia em 1990 pra morar na Av. Leovigildo Filgueiras, na região dos colégios 2 de Julho e Antônio Vieira. Fiquei no Garcia por mais 23 anos e me mudei em 2013. No entanto minha família, em sua grande maioria, ainda mora no Garcia ou bairros vizinhos.
Dai Costa - Qual é a importância do bairro pra sua vida?
Dea Santana -  O Garcia é meu lar. Nele construí inúmeras relações importantes pra minha vida, além de fortalecer ainda mais os laços com a minha família. O Garcia é minha história. Foi lá onde vivi os momentos mais marcantes e importantes da minha vida, foi lá e com as pessoas com quem convivi que, também, construí meu senso de comunidade, vizinhança, família, etc. Além de ter sido onde minha avó, meus tios e minha mãe cresceram e, consequentemente, tudo que envolve o bairro impactou na maneira como fui criada, nas relações com as pessoas que moram ali, na familiaridade, etc. A experiência de morar no Garcia foi, sem dúvida, fundamental para a minha formação, não só acadêmica, mas pessoal.
Dai Costa - Você poderia contar uma historia, memoria que seja marcante para você, que esteja bem viva ainda?
Dea Santana - Lembro de algumas coisas, não necessariamente específicas, mas mais relacionadas ao que foi a experiência de morar lá. De específico lembro muito de um dia voltar da escola (estudava no Colégio Sacramentinas na época) e estar indo com minha mãe visitar a minha vó que mora lá. Naquela época estavam construindo o prédio onde morei por mais de 20 anos e o local estava fechado com tapume, mas havia um buraco nele onde as pessoas conseguiam olhar o terreno e ver a construção. Eu não alcançava e insisti pra minha mãe me carregasse pra ver. Olhei, virei pra minha mãe e disse que queria morar ali. O que eu vi naquele terreno na verdade foi a possibilidade de estar perto da minha família, da liberdade de andar na rua, conhecendo todo mundo, que era algo que não tinha no Cabula, onde morava.
Dai Costa - Lembranças da Rua Conde Perereira Marinho?
Dea Santana - De coisas não tão específicas eu sempre amei a liberdade de estar num lugar onde me sentia segura, mesmo sendo criança. A minha casa e as casas da minha vó e das minhas tias eram próximas, então transitávamos livremente pelas ruas, indo pra casa da vó, da tia e encontrando conhecidos pela rua. Amava a rua da minha vó, Conde Pereira Marinha. Minha bisa morava lá, minha vó ainda mora e alguns tios tb. Aquela rua era nosso playground. Todas as brincadeiras de rua aprendi ali (era menina de prédio e acabei levando muitas brincadeiras pro prédio onde morava), jogamos golzinho, sete pedras, marinheiro, esconde-esconde, rouba bandeira. Fazíamos peças de teatro e obrigávamos nossos pais a assistir e aplaudir. Fui uma árvore muito orgulhosa em uma dessas peças.
Dai Costa - Tem alguma historia, memoria marcante na rua da sua avó?
Dea Santana - Na Conde Pereira Marinho tinha uma senhora, Dona Diná. Ela vendia a melhor torta do mundo. Metade bolo comum e metade de chocolate, com uma camada com coco ralado e uma cobertura de chocolate daquelas que criam uma capinha de açucar que dá pra quebrar. O bolo vinha enrolado naquele papel de baiana de acarajé, rosa. Minha vó sempre comprava pra mim, mas eu gostava mesmo de ir comprar. Havia uma escada que dava num terraço e a porta da casa e nesse terraço tinha um balanço de metal, acho que era azul. Enquanto dona Diná pegava a torta, a gente se balançava. Era pura felicidade.
Dai Costa - O garcia esta localizado dentro do circuito de carnaval, você tem memorias de disso?
Dea Santana - Eu amo carnaval e o Garcia, claro, é o grande responsável. Como a minha rua é uma saída para o Campo Grande, a rua começava a mudar antes mesmo do carnaval chegar. Os prédios e comércio com tapume, iluminação com linhas de lâmpadas incandescentes, os ambulantes, tudo era mágico. E antes mesmo do carnaval começar oficialmente a gente já sentia a folia. Quando criança minha mãe deixava eu comprar a batata frita, que ficava do lado do prédio. Ia sozinha, independente, me sentindo um pequena foliã, enquanto minha mãe olhava. A mudança do Garcia era outra coisa maravilhosa. Nesse dia, segunda-feira de carnaval, minha tia oferecia uma feijoada. Inicialmente era pros mais chegados, mas  depois de alguns anos virou um mega evento. Minha família tem isso de gostar de receber gente em casa. Na casa da minha tia toda festa é maravilhosa. Ela tem o dom de receber pessoas e fazer você se sentir à vontade e sair de lá certo de que foi a melhor festa que você foi. Nunca ninguém jamais dirá que ir pra casa dela não é divertido e, principalmente, a garantia de ganhar uns 5 quilos da mais deliciosa comida. A feijoada ficava maior a cada ano, cada ano tinha mais gente que eu nunca vi e gente que meus tios, os anfitriões, também nunca viram. Mas nunca faltou comida. Quando criança ficava impressionada como nunca parava de sair comida daquela cozinha e ainda levávamos nossa quentinha. Na segunda de carnaval todo mundo se encontrava. A família toda se reunia pra ver a mudança e ocupávamos a esquina da Conde Pereira Marinho. Até aquele amigo que você não vê há muito tempo, você vai encontrar lá. Nem precisávamos de Whatsapp. Era só acordar, se arrumar e ir pro Garcia que as almas se encontravam. Feijão, confete e serpentina. Carnaval era isso. A feijoada não acontece mais, mas na Mudança do Garcia todo mundo ainda se encontra.
Dai Costa - Para fecharmos, me conte mais uma historia marcante sobre o Garcia que lhe marca até hoje...
Dea Santana - Outra coisa que amo graças ao Garcia é dia de eleição. Eu adoro dia de eleição. Mudei de bairro, mas não troquei meu colégio eleitoral. Eleição é dia de acordar cedo, votar cedo e ir pra casa da minha vó. Você encontra todo mundo na rua, revê aquele mesário simpático que a cada 2 anos tá lá te esperando. Depois de votar, é casa de vó, que é o melhor lugar do planeta. Minha vó teve 12 filhos. Quase todos teve filhos e alguns desses filhos já são pais. Enfim, você imagina o que é uma casa pequena com 30 pessoas, menino correndo, criança chorando e todo mundo falando ao mesmo tempo. Pra mim é paraíso. Reunir todo mundo naquela confusão que todo mundo se entende é o ponto mais alto de tudo.




segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A tradicional mudança do Garcia

Já é tradição na segunda de carnaval, a Mudança do Garcia leva uma multidão de foliões para as ruas do bairro. Fantasiados, de abadá, ou roupa comum, os foliões percorrem as ruas do Garcia, subindo e descendo ladeiras, pulando atrás do trio, e ainda encontram tempo para protestar, a Mudança do Garcia acontece há mais de 80 anos, e continua seguindo o modelo dos antigos carnavais, com bloquinhos sem corda, que que vão arrastando o folião. São cerca de 3 quilômetros de percurso, que começa com a concentração no final de linha do bairro, e segue até o Campo Grande, início do circuito Osmar.
Fim de linha do Garcia - Mudança do Garcia
(Foto tirada do: Correio da Bahia)




Meu pai, Nilton Ferreira, mais conhecido como Nanguinha é um dos articuladores do Bloco do Cornos, brincadeira local que tem tradição e ganha cores no meio da folia. A segunda se tornou um simbolo para algumas famílias do Garcia que oferecem feijoada e muita alegria no carnaval. Durante o percurso, muita festa dos moradores, que transformam varandas e lajes em camarotes particulares, para curtir a festa, com faixas, cartazes e fantasias, mostrando a mistura que deu certo, do movimento que trata de assuntos como política, educação e saúde.







 

domingo, 10 de dezembro de 2017

Olhar Histórico



Considerando o país escravocrata em que vivemos, tendo consciência plena de que todo nosso país foi construído por mãos e sangue de negros e negras que foram escravizados, gostaria de nessa minha analise histórica que perpassa pela historia do bairro do Garcia, coloca-los no exercício da reflexão que nos trouxe uma moradora, Rosalina dos Santos Cardoso, 45 anos, diretora do “Conselho de Segurança da Polícia Militar para o Garcia”. Ela diz assim: "a comunidade se formou por iniciativa dos trabalhadores da fazenda. Os patrões construíam casas para os empregados morarem, onde hoje fica o fim de linha do bairro. Aos poucos esses empregados foram formando famílias e construindo novas casas, e a região foi crescendo”.É preciso analisar como o bairro foi se construindo geograficamente, historicamente e antropologicamente, podemos ver sempre pessoas trabalhando na fazenda para manter o grande império, sem autonomia e sem liberdade.
O bairro do Garcia nasce então no finalzinho do século XVI, quando se consolida a Fazenda Garcia D’Ávila, um dos maiores latifúndios do Brasil, a fazenda pertencia ao Conde Garcia D’Ávila, senhor da Casa da Torre, que criava gados, possui muitos escravos no local construindo suas riquezas, enquanto não eram vendidos a outros senhores, o que hoje chamamos de Fazenda Garcia. 








(Fonte: Imagem retirada do site alinogarcia)
Pavimentação da Ladeira do Garcia 


Depois a terra passou ao Mosteiro de São Bento, em seguida para o Coronel Duarte da Costa e, por fim, para a União Progresso Fabril da Bahia (propriedade da família Catharino). A falência econômica da União Fabril, no início do século XX, a família Catharino, perdeu o todo o patrimônio imobiliário. Em 1938, o espaço foi tombado como patrimônio histórico e comprado pela missão presbiteriana norte-americana, passando a abrigar o Colégio Dois de Julho (hoje Fundação Dois de Julho – entidade mantenedora do colégio e da faculdade). A tradição religiosa no ensino já existia no bairro com a construção pelos jesuítas do Colégio Antônio Vieira, em terra adquirida da Fazenda Garcia, em 1932. Hoje, há ainda outras instituições de educação, com tradição religiosa, como o Colégio Sacramentinas.A partir daí, pequenos pedaços da fazenda foram sendo arrendadas para aqueles que trabalhavam no local e para os migrantes que procuravam oportunidades de emprego em Salvador. Foi o início da consolidação do novo bairro, que viu surgir, junto com a nova população, empreendimentos educacionais voltados para os filhos da classe média da cidade. 





(Fonte: Imagem retirada do site alinogarcia)
Arcos


Do outro lado do bairro, as marcas atuais são religiosas, e as casas, hoje, se misturam com prédios. Foi na Avenida Leovigildo Filgueiras que, no final do século XVIII, construiu-se o solar que abrigou o 8º Conde dos Arcos, dom Marcos de Noronha Brito, último vice-rei do Brasil. Ele foi governador da Capitania da Bahia de 1810 a 1817. Quando transferido para o Rio de Janeiro, em 1818, construiu um casarão nos padrões do Solar Conde dos Arcos da Bahia.


Próximo à Fundação Dois de Julho, há o parque da Arquidiocese de São Salvador – construção do século XIX que guarda riquezas arquitetônicas. Este funcionou como o Asilo Conde de Pereira Marinho e por muitos anos foi ocupado pelas Dorotéias. Ele não é tombado pelo patrimônio histórico. No entanto, a atual reforma busca preservar todas as características originais. No bairro, há representações de outras religiões. A Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes fica no final de linha. Antes, era uma capela, construída em 1906.
Sejam bem-vindos! Sou Dai Costa, estudante de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), nesse espaço você poderá navegar nas Memorias do Garcia, blog criado para falar um pouco sobre esse bairro e suas historias. Essa atividade foi proposta pelo Prof.Dr. Alfredo Matta, atividade que compõe o componente curricular: Referenciais Teóricos-Metodológicos de Historia, no 5º semestre do curso em curso.

Acredito que o objetivo dessa pesquisa seja nos conectar com nossas raizes e rememorar as nossas historias, que ao longo de nossas vidas são impedidas de serem contadas nos espaços de formação escolar. Historia é o que nos compõe todos os seres do mundo, como podemos saber para onde vamos se não sabemos de onde viemos? Quais as historias que nos ligam, aonde nascemos? Todas essas inquietudes transversalizam as nossas vidas e nos ligam ao universo, do nosso sobrenome até o bairro onde crescemos.

Naveguem comigo em pequenos contornos de historias reais!



(Foto: Imagem tirada da internet em 10.12 2017)

Garcia em destaque cultural

Conheça a história do bairro do Garcia, em Salvador. Salvador em bairros: Garcia registra forte marca cultural.